Qualquer pessoa que pretende conhecer um pouco mais
sobre orquídeas, precisa inicialmente adquirir um pouco de conhecimento sobre
taxonomia. Isso mesmo, precisa estudar! Tá pensando que é moleza?!
Bem, obviamente que não é necessário ser Doutor no
assunto, mas uma introdução ao tema lhe ajuda imensamente a entender um pouco sobre
essas plantas. Vamos lá então:
Taxonomia, em termos simples nada mais é do que um
ramo da biologia que classifica os seres vivos. Mas de que forma?
Primeiramente temos que partir do princípio que todos
os seres habitantes deste planeta tivemos, em algum momento da evolução, uma
origem em comum, ou seja temos uma similaridade genética. Isso mesmo, num
passado muito, muito distante (do ponto de vista humano, claro! Para o planeta
deve ter sido num piscar de olhos) quando o planeta era quente, instável e
hostil, todos tivemos um ancestral em comum. Coisa estranha né? Segundo algumas
hipóteses sobre o surgimento da vida na Terra, os primeiros seres vivos eram
constituídos de uma única célula e habitavam os mares.
Ao longo do tempo esses seres foram evoluindo, saindo
das águas e acabaram povoando todo o planeta até chegar ao que somos hoje
(humanos, plantas, pássaros, peixes, fungos, bactérias...) e, para facilitar o
nosso estudo, vários cientistas resolveram classificar os seres vivos de acordo
com a sua semelhança.
Assim, chegamos a seguinte divisão:
·
Reino:
começa a organizar a bagunça, pois divide todos os seres vivos em cinco grandes
reinos:
- Animalia: nós e todos os animais.
- Plantae: todas as plantas (e,
obviamente, as orquídeas).
- Protista: algas.
- Monera: bactérias.
- Fungi: fungos.
·
Filo: é uma
subdivisão dos reinos, ou seja, cada reino é organizado em vários filos, pois
cada filo irá agrupar seres vivos que são mais semelhantes entre si, por
exemplo no reino vegetal temos o filo das samambaias e avencas (filo Pterophyta) e o das
orquídeas é o filo Magnoliophyta,
também fazem parte desse filo as bromélias, a flor-de-lótus e as amaryllis.
bromélias |
flores-de-lótus |
amaryllis |
·
Classe: é
uma subdivisão dos filos. As orquídeas pertencem a classe Liliopsida, assim
como as bromélias e as amaryllis, já a flor-de-lótus pertence a outra classe, a
Magnoliopsida.
· Ordem:
subdivisão das classes. Ordem das orquídeas: Asparagales, aqui as bromélias e
as orquídeas se separam (lembram da similaridade genética falada no início?
Pois é, as semelhanças entre orquídeas e bromélias acabam por aqui), mas a
similaridade entre orquídeas e as amaryllis continuam, pois ambas pertencem a mesma ordem, assim, podemos dizer que as orquídeas e as amaryllis são mais próximas geneticamente do que as orquídeas e as
bromélias.
·
Família:
subdivisão da ordem. Família das orquídeas: Orchidaceae (se pronuncia
orquidace). E ainda existem as subfamílias de orquídeas, mas não vou me deter a
elas pra você não se cansar e terminar sua leitura por aqui, mas se tiver
interesse em saber visite: http://pt.wikipedia.org/wiki/Orqu%C3%ADdea#Taxonomia .
·
Gênero: perceba
que tudo funciona como um funil, de tal forma que a partir da Família
Orchidaceae não encontramos mais as amaryllis, apenas as orquídeas, contudo, a
diversidade dessa família é tal que já se encontrou mais de 1800 gêneros de
orquídeas! Os mais conhecidos (tenho certeza que você já ouviu falar de alguns
deles) são: Cattleya, Phalaenopsis, Dendrobium e Oncidium.
·
Espécie:
cada gênero também possui várias espécies, isso mesmo um único gênero pode
conter até 2.000 espécies. Que diversidade impressionante! Assim temos por
exemplo no gênero Cattleya as seguintes espécies: Cattleya labiata, Cattleya forbesii, Cattleya elongata, Cattleya
walkeriana, etc, etc, etc...
Pensa que acabou? Não bastasse as mais de 30.000
espécies de orquídeas, existem ainda os cruzamentos entre espécies que dão
origem aos híbridos, e há também os cruzamentos entre híbridos Pois é, a
diversidade desta família nunca tem fim! Existem os híbridos naturais, que são
aqueles resultantes da polinização natural (através dos insetos) entre espécies
diferentes. Mas existem também os híbridos artificiais, que são resultados do
cruzamento entre as espécies (aguardem post sobre polinização) de acordo com
nosso interesse. Assim, se temos duas plantas do mesmo gênero, porém de espécies
diferentes, podemos polinizá-las a fim de gerar um híbrido com características
das duas espécies. Para saber mais acesse: http://pt.wikipedia.org/wiki/Orqu%C3%ADdea#H.C3.ADbridos
Alguns exemplos de híbridos:
Assim, quando falamos de orquídeas falamos de uma
família (orquidaceae). Quando falamos em Cattleyas, Phalaenopsis, Dendrobium
estamos falando de gêneros. E quando falamos, por exemplo Cattleya labiata estamos falando de uma espécie. E ainda existem as variedades de cada espécie. Quando você ver escrito após a espécie os nomes alba, rubra e coeruela, por exemplo, eles se referem a variedade daquela espécie, que geralmente está associada à cor da orquídea.
Em geral costumamos citar mais os gêneros, visto que
nem sempre conseguimos identificar as espécies devido à grande variedade de
orquídeas existentes. Os gêneros reúnem características específicas que nos
ajudam a agrupá-las, entretanto ainda pode nos confundir. Os gêneros cattleya e
laelia, por exemplo, possuem características físicas muito similares.
Cattleya labiata |
Laelia purpurata |
Porém, espécies de um único gênero podem
aparentar grandes diferenças físicas, além de particularidades climáticas e de
umidade. O melhor exemplo é o gênero dos dendrobiuns, um dos maiores da
família.
Dendrobium pierardii |
Dendrobium spectabile |
Chegamos ao final da postagem. Esperamos que vocês tenham gostado, e se ainda ficaram dúvidas, ou se você gostaria de fazer alguma crítica ou sugestão deixe seu comentário. E continuem acompanhando nossas postagens. Um abraço e até mais!
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