segunda-feira, 22 de julho de 2013

Aprenda a cultivar sua orquídea - Phalaenopsis

As orquídeas são plantas fáceis de cuidar entretanto, para você não correr o risco de matar a planta por falta de informação, montamos este post para lhe ajudar a conhecer as necessidades da sua orquídea e fazê-la se desenvolver com saúde para lhe presentear com suas lindas flores.
Aqui nós separamos por gêneros, pois cada um tem suas particularidades. Por isso é importante saber qual a espécie da sua orquídea, ou pelo menos a qual gênero ela pertence. Sem mais, vamos ao que interessa!

Phalaenopsis



São plantas nativas da Ásia tropical e se adaptam bem em qualquer região do Brasil. Este é o gênero mais comercializado dentre as orquídeas devido a durabilidade de suas flores, que podem chegar a 90 dias! É fácil encontrá-las em floriculturas, feiras de plantas, e até em supermercados.

Substrato


Como a maioria das orquídeas as Phalaenopsis são epífitas (vegetam sobre as árvores, mas não são parasitas, pois utilizam nutrientes do ar e da chuva para realizar a fotossíntese), por isso podem ser plantadas em galhos de árvores, abrigadas da luz direta do sol. Basta amarrá-la firmemente ao galho que atenda às restrições de luminosidade descrita acima, mas com cuidado para não ferir a planta, se quiser pode amarrá-la junto com um pouco de fibra de côco para dar uma melhor sustentação e manter as raízes um pouco úmidas até que a planta emita novas raízes e se agarre à árvore.

Fibra de côco





A segunda opção, e a mais utilizada, é plantá-la em vaso utilizando um substrato que pode ser casca de côco cortada em cubos, carvão vegetal, casca de pinus ou o musgo branco, mais conhecido como sphagno ou sphagnum. Aqui em nosso orquidário utilizamos um mix de substratos, que tem dado muito certo: uma camada de brita lavada no fundo do pote para melhorar o escoamento da água e dar um pouco de peso ao vaso, em seguida colocamos uma mistura de casca de côco em cubos, um pouco de carvão vegetal e casca de pinus.
A função do substrato não é só dar sustentação à planta, cada um tem uma função específica: a casca de côco retém um pouco a água sem encharcar as raízes e, por ser leve, promove uma maior aeração das mesmas.


Casca de côco
O carvão é rico em potássio, elemento essencial para nutrição da planta e que estimula o enraizamento e a floração, além disso, reduz a acidez do meio.

Carvão vegetal
Já a casca de pinus também melhora a aeração das raízes. Dependendo da sua região, talvez seja um pouco difícil encontrar o pínus, aqui em Maceió conseguimos encontrar, mas o custo é um pouco elevado e devido ao nosso grande número de plantas, esta opção se torna inviável.

Casca de pinus


Aqui no Orquidário Bella Flor temos plantas com o mix de casca de côco, carvão e pinus, e plantas apenas com a casca do côco e o carvão, em ambas as misturas de substratos, as plantas se desenvolvem bem, sem diferenças entre uma e outra.

O sphagnum é um tipo de musgo encontrado em rios. É excelente para reter água, mas é preciso ter cuidado para não deixá-lo encharcado, pois isto poderá apodrecer as raízes e, além disso, às vezes é necessário misturá-lo com outro material que melhore a aeração, como por exemplo o isopor, pois tem tendência a se compactar, sufocando as raízes. Aqui em nosso orquidário utilizamos este tipo de substrato apenas para as mudas de orquídeas, devido a maior necessidade de água que as plantas adultas.

Sphagnum

Importante: o subtrato deve ser trocado a cada um ou dois anos, para que os nutrientes fornecidos à planta sejam renovados.


Vaso


Não há um vaso melhor que outro, você poderá utilizar vasos de barro ou de plástico, isto influenciará apenas na frequência das regas. Os vasos de barro tendem a esquentar mais rápido quando o dia está mais quente, podendo ser necessário regar a planta com mais frequência. Recomenda-se fazer furos no vaso, nas laterais e principalmente no fundo, para melhorar a aeração das raízes e o escoamento da água. Pode-se também pendurar o vaso, como se faz com os de samambaias para imitar as condições que a planta teria se fosse colocada sobre uma árvore.


Em nosso orquidário preferimos utilizar apenas vasos de plástico devido ao menor custo e da necessidade de uma frequência menor de regas, embora no verão ainda seja preciso regar todos os dias.


Mas também temos algumas plantas em vasos de barro. Esta fica decorando a entrada da nossa casa.

Luminosidade e temperatura


As Phalaenopsis gostam de clima quente e úmido, porém, apesar de gostarem de climas quentes não toleram bem a luz direta do sol durante muito tempo, em geral, podem levar um pouco de sol nas primeiras horas do dia, porém gostam mais de sombra, por isso podem ser colocadas dentro de casa em local fresco mas que não faça muito vento. Se você tiver um orquidário, ou pretende fazer um, precisa estudar a região em que mora: se faz muito sol, se chove muito, se o clima é mais seco, se é mais úmido, etc. Normalmente se utiliza uma tela de sombreamento 50%, contudo, como nosso orquidário fica em Maceió-AL, no nordeste do Brasil, lugar onde faz sol durante quase todo ano e as temperaturas chegam a 35º no verão, com sensação térmica de 40º, e 23º nos dias mais frios do inverno, tivemos que colocar uma tela com sombreamento de 80%. Se você mora mais ao sul do Brasil, deve proteger a sua planta do frio abaixo dos 18º.
É possível identificar se a sua planta está recebendo muita luminosidade, as folhas quando recebem muita luz costumam ficar com um tom de verde mais claro, podendo até chegar a amarelar. Caso isto esteja acontecendo com a sua Phalaenopsis basta transferí-la para um local mais sombreado.

Regas


As orquídeas não gostam de permanecer com as raízes ensopadas por muito tempo, pois podem apodrecer e a planta poderá morrer, por isso nada de regar várias vezes ao dia ou colocar pratinho com água embaixo do vaso! Elas são plantas resistentes e suportam mais tempo sem água do que ensopadas, mas cuidado, caso note que a sua Phalaenopsis está com suas folhas com um aspecto murcho, sem brilho, talvez ela esteja precisando de água. Recomenda-se tatear o substrato (inclusive as partes mais fundas) e sentir se ele se encontra úmido ou seco, sempre que sentí-lo seco pode regá-la até que a água escorra pelo fundo do vaso. Aqui no calor do nordeste, quando chega o verão é necessário regar as Phalaenopsis todos os dias, no inverno regamos a cada três dias e nas demais épocas do ano regamos dia sim, dia não.

Importante: quando for regar sua Phalaenopsis cuidado para não deixar acumular a água nas junções das suas folhas, pois isto favorece a proliferação de fungos. Foi o que aconteceu com estas Phalaenopsis, vejam só:

Observem que o fungo atingiu a base das folhas que ficam em cima, que são as mais jovens.

Esta conseguiu se recuperar emitindo novas folhas, reparem no espaço entre as folhas mais antigas e as que surgiram depois da infecção.


Esta aqui não teve a mesma sorte, sobraram apenas as raízes! As raízes continuam vivas, mas talvez seja difícil a planta se recuperar, pois ela já está assim a alguns meses e até agora nem sinal de folhas.
Vejam o detalhe da planta acima de como ficou a base de onde saem as folhas. Uma pena, pois era uma Phalaenopsis alba adulta e de grande porte.
Para combater a infecção das plantas acima utilizamos um fungicida de ação sistêmica, porém não obtivemos resultados positivos e, numa última tentativa de salvá-las, utilizamos uma solução de água sanitária com água, preparada assim: em uma seringa de 5mL aspiramos 1mL de água sanitária e, em seguida, aspiramos 4mL de água mineral e aplicamos algumas gotas diretamente no local atingido. Para nossa surpresa a infecção parou de avançar e os tecidos atingidos começaram a cicatrizar. As plantas mostradas nas duas primeiras fotos já emitiram haste floral, vejam só as flores:



Fertilizantes


Os fertilizantes são importantes para manter a sua planta bem nutrida e mais resistente a pragas e infecções causadas por microrganismos como fungos, bactérias e vírus. Pode-se encontrar facilmente fertilizantes para orquídeas em casas de materiais agrícolas, e até mesmo em supermercados. Existem dois tipos de fertilizantes para as orquídeas:

1) Orgânico: preparado com restos de elementos vegetais e animais: torta de mamona, farinha de osso, estercos, etc. Recomenda-se colocar uma colher de café no canto do vaso 1 vez por mês.

2)Inorgânico: as preparações mais encontradas são os adubos N-P-K (nitrogênio, fósforo e potássio respectivamente). Cada estágio de desenvolvimento da planta exige um teor diferente de cada um desses elementos. Caso tenha medo de errar utilize a formulação NPK 20-20-20 a cada quinze dias, borrifando o fertilizante no dorso da folha, mas obedeça a recomendação do fabricante com relação a diluição do produto, pois caso você ultrapasse a quantidade recomendada para cada litro de água, poderá causar danos a sua planta.
Existem também formulações compostas não só de nitrogênio, fósforo e potássio mas, também de outros elementos como cálcio, magnésio, ferro, etc. Você pode encontrá-los no site da b & g flores: http://www.begflores.com.br/home.php?area=verDetalhesProduto&idProduto=8&m=1
Caso queira se informar melhor sobre adubação siga este link: http://www.aorquidea.com.br/arq17.html , lá tem um bom conteúdo para tirar as suas dúvidas.

Fontes:

  • Guia como cultivar orquídeas para iniciantes. Editora Casa Dois, nº1, São Paulo-SP.
  • O grande livro das orquídeas. Editora On Line, ano I, nº 1, São Paulo-SP.


Esperamos que vocês tenham gostado e aguardem, nossa próxima postagem será sobre Cattleyas!

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